segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dias de paz

Auto retrato



Os dias de paz são todos iguais e
Um guerreiro só se sente feliz em combate.
Só o conflito acalma uma mente inquieta,
Só a trincheira acomoda um coração hostil,
E só a vida sacia um ser verdadeiramente vivo.
Serenidade é pra poucos e eu sou como muitos.
Muitos buscam aquilo que , por engano, acham.
Eu não procuro por nada, por isso não acho nada de coisa alguma.
Hoje sei que não devo nada rebuscar. Simples enfim.
Minha mente, a presa, plana como pássaro faminto à caça.
Meu coração bate forte pra tentar acordar a si próprio.
Sereno...? Só quando na noite o sereno vem.
Hastear bandeiras e enfileirar tropas é o ofício do general.
Invadir território inimigo já não me serve mais. Não me é servil.
Desbravar minhas próprias trincheiras. Eis a minha Santa Guerra!
Minhas frontes que suam, suam por serem frontes.
Meu prazer é ser vivo e como é difícil ser vivo a cada dia.
Prefiro o canto da morte à viver pelos cantos como um morto vivo.
Prefiro, apenas, ter dias diferentes à paz indiferente dos dias iguais.
Declaro guerra a mim mesmo e a todo o Pacífico.
Encontro no mais recôndito esconderijo da mente
Sinais mais claro e evidentes das minhas próprias mentiras.
Meu coração pulsa, minha mente pulsa, minha alma pulsa...
Mas com o pulso firme mantenho-nos pulsando.
Com o espírito inquieto abro trincheiras sucessivas,
Do coração distinto faço leal distintivo
E nos dias iguais faço da paz coisa diferente.

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