terça-feira, 28 de abril de 2009

Rio Itapicuru














Eu ri para a vida.
Eu sou o rio.
Assim como o rio busca o mar.
Eu procuro amar.
Amar a mim e aos meus entes.
Amor em meu leito e no dos meus afluentes.
Onde minha foz rouca e afinada
Grita permanente e não se pode barrar. Barragem!
Até meus signos morreram aos cardumes.
Às minhas margens, matas e desmatas.
Conheço a vida ladeira abaixo.
Sou doce, mas um dia minhas lágrimas serão salgadas.
Ainda assim meu cochilo à sombra dos arbustos vem sereno.
Sem pesadelos, sem assombrações.
Eu sou o rio.


(Poema que exalta o rio que atravessa a minha cidade - Cipó-Ba - rio de beleza rara, mas que foi explorado de forma criminosa. O rio Itapicuru hoje exibe chagas e cicatrizes destes abusos e, ainda assim, se mostra belo e generoso com esta cidade abençoada)

Um comentário:

Pão Contexto. Consuma cultura e digerirás o mundo