terça-feira, 21 de abril de 2009

O vento sempre está a favor de quem sabe mudar a direção.

“Esse menino não pára de inventar arte”, “ Ele tem um sério problema de audição: Só ouve o que lhe interessa”...

Assim dizia a minha avó quando ela achava que adiantava dizer alguma coisa. Ela continua dizendo, mas como não tem esperanças de ser ouvida, isso faz de mim um excelente ouvinte. Devemos prestar atenção nas pessoas e nunca dar-lhes atenção. Como podemos dar a alguém aquilo de que tanto precisamos? Devemos escolher nosso caminho com paciência e naturalidade. Isso implica achar natural o voltar atrás e escolher um outro caminhar. Se há mais de uma trilha significa que alguém já se arriscou antes pela alternativa. Podemos fazer o mesmo, criar a nossa própria ou, ainda, ir alternando...

Nunca aceitei a idéia de ser uma coisa só. Tudo é muito pra ser tão pouco. Temos que escolher a profissão certa pro resto de nossas vidas e, não nos resta escolha a não ser escolher e rápido. Temos mil possibilidades e somos tão miúdos perto da gente mesmo. Uma reta é a menor distância que nos liga a um erro. Não temos asas porque podemos criá-las. O rio acerta sempre seu caminho porque não tem nenhum pudor em curvar-se perante as insinuações com que se depara, muito menos de levar consigo tudo aquilo que pode ser levado. O rio sabe onde vai e por isso não se assusta com as quedas d’águas. Já viu um rio triste por não ser perene? Ou uma nascente frustrada por não ser foz?

A gente segue, em frente, seguindo pegadas, acreditando que insistindo no caminho errado ele se tornará correto; perseguindo o determinado acreditando que, um dia, se consiga acertá-lo em cheio e vencê-lo pelo cansaço; criando raízes em solo infértil e deixando nossos cactos pelo chão. Esquecemos que se na chegada tem uma parada, podemos a qualquer momento chegar e escolher outra jornada. Os incomodados que emudeçam e deixem que mudo eu.
A melhor maneira de se calcular o percurso é não esperar a chegada do resultado. Deixar que o mundo gire e se encarregue de ser mundo. Deixar que aconteça a vida e vivê-la, se respeitando e tendo boa vontade própria, sabendo que somos um, que o tempo passa e, logo, temos que ser um a cada tempo. Entender que ser o mesmo é ser diversos e que especializar-se nas generalidades é natural do gênero humano.

7 comentários:

  1. Adri.... Rs... Tô ficando viciada em seus relatos.... Rs.. Simplesmente maravilhosos....
    Grande beijo e continue nos alimentando e brindando com seus escritos...
    Beijão....

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  2. Noooossa!!!, Acho que nunca li algo tão profundo na net... e tão verdadeiro... e tão inquietante!!! Realmente é um sistema cruel querer e exigir que uma pessoa aos 17 decida o que quer fazer nos próximos 40 anos da sua vida.
    Eu, particularmente, me senti atingida com "Os incomodados que emudeçam",rsrsrsrs.
    Mas torço para que todas as pessoas encontrem o(s) seu(s) caminho(s), ainda que bem depois dos 17.
    SuperAdriano, sem corujice, PARABÉNS!

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  3. ..."Não temos asas porque podemos criá-las"..."A gente segue, em frente, seguindo pegadas, acreditando que insistindo no caminho errado ele se tornará correto"... é bem assim mesmo...
    Êta menino que continua inventando e reinventando arte,rsrsrs.

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  4. Cabra, mais um bom demias, quando eu penso que o ultimo tinha sido insuperavél, tu se supera, precisamso tomar uma breja juntos, to precisando me contagiar com um pouco da tua realidade, quem sabe tu não abre meus olhos!

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  5. Mocinho como te disse adoro seus textos, como sempre profundos e com as verdades mais verdadeiras e que nos levam a pensar e a repensar no que significa o VIVER... PARABÉNS

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. O rio sempre corre pro mar. Isso é fato. É uma coisa clara e lógica, mas porque será que muitas vezes enxergamos essas coisas e nao as interpretamos? Porque "vemos" e não vemos com a vista apurada de Eng°?rsrsrs..Porque deixamos que a caimbra modifique nosso sorriso quando a alegria ainda está incompleta?

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