quarta-feira, 29 de abril de 2009

Prison of desire

terça-feira, 28 de abril de 2009

Finalmente pelo começo

Postei o poema Sertão, logo abaixo, e falei da importância que tal poema tinha para mim e tudo o que ele representava. Feliz pude perceber que é um poema que agrada a mais de um, eu mesmo, e imaginei o prazer que deve sentir o poeta em ter seus versos citados e recitados mundo a fora. Não tenho tal pretensão, tampouco talento para tanto, até, mesmo, pela própria ausência de pretensão. Mas Sertão não foi o único poema com essa temática. A saudade destes tempos idos, e vindos, fazia de cada suspiro inspiração e da inspiração suspiros ainda mais profundos.

Quando se aprende a andar o que menos importa é a direção. Que sentido faz preocupar-se com o rumo quando mal se consegue ficar de pé? Que importância tem o caminho comparado ao milagre do movimento e do equilíbrio? Foi assim que tudo começou: Sem motivo definido, mas definitivamente motivado a fazer algo que não fazia a mínima idéia do que seria. Andei por várias linhas e escrevi errado por grande parte delas, pois a minha divindade se limita ao fato de ser humano. Falei sobre muita coisa e fui simplório numa infinitude delas até achar aquilo que julgo ser o ponto - aqui o equilibrio e a direção começam a fazer sentido – em que posso acrescentar.

Meu avô, com sua calma que me tirava a pouca paciência que tinha, ensinuou silencioso mais uma vez a trilha a seguir: O meu bom senso. Confio cegamente na minha conduta por tê-la herdado a partir do seu ponto de vista. Posso até errar e erro sempre que posso, é o que parece, mas sei muito bem o que deve ser feito e é isso que está em pauta: O caminho. Se o margeio é por saber que o erro fotalece o acerto e que a mentira é o fundo perfeito pra ilustrar-se a verdade.

Sertão não foi o único, foi unicamente a última frase de uma fase primeira, foi o abotoar do colarinho, a tinta da parede polida, o galope singular do trotante cavalo, o olhar para os lados, ao atravessar a rua, quando o caminhar já tinha-se feito coisa natural.

Exponho aqui uma pequena sequência desses verdes poemas que pra mim tem tanto valor por serem responsáveis pelo que hoje valorizo. Desculpem postar algo tão simplório, mas foi assim que tudo teve início e assim termino essa introdução: Pelo começo. Espero não decepcioná-los.

Abaixo:

1)Geometria ar seco
2)Rio Itapicuru
3)Riso razo

Geometria ar seco

Fotografia de Gilmar Linhares

As margens paralelas dos rios não se cruzam por aqui.
Nesta terra o silêncio fala alto.
Aqui não tem rádio ou radianos,
Mas sobram graus nas têmporas a temperar.
Por todos os lados: sol e sal. Sal, sol e só.
Nada é parecido, similar ou adjacente. Calor!
Se sente. O chão quente a nos maltratar.
Maltratar com a pedra, o fogo e o ferro. Mormaço!
Nesta terra é proibido chorar
Por questões racionais, por racionamento.
Se o futuro a Deus pertence,
Será das águas, o diabo o senhor?

(Poema que teve como intenção mostrar e enfatizar a dificuldade da viva do sertanejo numa região tão seca e seu sofrimento frente a tudo isso. Mostra ainda a sensação de fim de mundo que tudo isso passa - infinitamente longe de tudo - e encerra questionando a fé que acalenta o peito desses homens. Será justo tanto sofrimento?)

Rio Itapicuru














Eu ri para a vida.
Eu sou o rio.
Assim como o rio busca o mar.
Eu procuro amar.
Amar a mim e aos meus entes.
Amor em meu leito e no dos meus afluentes.
Onde minha foz rouca e afinada
Grita permanente e não se pode barrar. Barragem!
Até meus signos morreram aos cardumes.
Às minhas margens, matas e desmatas.
Conheço a vida ladeira abaixo.
Sou doce, mas um dia minhas lágrimas serão salgadas.
Ainda assim meu cochilo à sombra dos arbustos vem sereno.
Sem pesadelos, sem assombrações.
Eu sou o rio.


(Poema que exalta o rio que atravessa a minha cidade - Cipó-Ba - rio de beleza rara, mas que foi explorado de forma criminosa. O rio Itapicuru hoje exibe chagas e cicatrizes destes abusos e, ainda assim, se mostra belo e generoso com esta cidade abençoada)

Riso raso

Fotografia de Gilmar Linhares


Os afluentes deste rio são meus entes queridos.
Queridos outrora e que se foram no presente que me foi dado.
Herança maldita, como malditos são esses versos.
Cada linha escrita, um filete que se derrama.
Bancos lucram. Bancos de areia são criados.
São só falas, falências, falácias e falésias.
Nenhuma providência é deveras tomada. Sequer a Divina.
Tomada? Energia!!!


( Poema que denúncia os abusos sofridos pelos rios, nordestinos em particular, que são explorados de forma irracional. O que é a sensatez frente ao interesse econômico?)

domingo, 26 de abril de 2009

Sertão

Esse foi o primeiro poema que escrevi e por esse motivo tenho um carinho especial por estes versos. Foi onde percebi que não precisava de rimas pra me fazer lido em poesia. Foi aqui que descobri o prazer de discorrer meus pensamentos e deixá-los, livres, fazerem o seu papel, onde notei que na ponta do lápis tudo ficava preto no branco, onde, pela primeira vez, me deparei com minha verdade em tons grafite. Foi aqui que tudo isso que não se sabe o quê ou, ao menos, o porquê começou...

Este poema foi escrito em homenagem a minha adorada cidade - Cipó-Ba - e a todos aqueles que, assim como eu, nasceram, cresceram, estudaram, moraram, veranearam...Enfim, tiveram uma relação mais íntima com essa terrinha abençoada.
É dedicada a todos aqueles que ao invés de criar raízes, escolheram criar asas. Asas para voar alto, desbravar fronteiras e descobrir o quão grande pode ser o mundo e a nós mesmos e que, depois de tudo isso, descobriram o quanto é bom voltar para nosso ninho, nossa terra, nossa referência, nossa Cipó...
É dedicada a todos que: Viram ou participaram da Semana Cultural; jogaram bola no Campo da Sucata, apostado geladinho ou tubaína; tocaram violão com a turma reunida nos degraus do Grande Hotel; participaram dos luais na Praia do Rio; tomaram banho na cascata de madrugada; comeram jaca nas noites de terça-feira; que conheceram o Zé da galinha, o lendário Bode biriba e a sedutora Madame Ray.
Não sei bem pra onde vou, sequer sei o rumo da minha romaria, mas sei que, logo ou talvez um dia, estarei em meu canto, minha terra, minha fortaleza, minha Cipó.
















Sertão

Nasci e me criei lá no Sertão.
Foi lá que aprendi a Sertão...
A Sertão forte, a Sertão digno e a Sertão feliz.
Se o Sertão é seco, é porque levamos toda a água nos óio e
Quando de lá estamos longe, irrigamos nossa terra com a oftoirrigação.
Mas as coisa por lá tão miorano,
Depois que as pranta da Caatinga fundaro uma tar associação.
Eu já vi Cabeça-de-frade dando luzes e Unha de gato manicure,
Se arrumando pra reunião com São Pedro, pra trazer água pra região.
Quem já ouviu o baruiu da inxada no chão seco e quente não se esquece...
Aprendemos a lição e batemos com a enxada do coração no chão seco da nossa mente.
Já vi Mandacaru morrer de sede no meio do verão...
Mas nunca hei de ver um cabra sertanejo deixando de sertão...
Sertão forte, Sertão digno e Sertão feliz.

( Vítor, você pediu e aqui está o poema de que tanto gosta. Abraço, meu velho)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Café

Poema feito em homenagem ao meu avô, meu herói eterno que, por ser eterno, será meu herói por toda minha vida enquanto vida, em mim, houver, Francisco Paes de Sena. " Adriano, não existe o ensinar, existe o aprender. Conjugue esse verbo e será tua tanto a responsabilidade quanto o mérito. Conjugue-o em qualquer pessoa e serás tu um bom sujeito". Aqui estou, meu velho, não sei se consigo ser tudo o que desejas, mas saiba que desejo ser tudo aquilo que te agrada. Que o senhor continue me iluminando para que eu consiga ser sombra do que tu és e que o Senhor me perdoe por tanta pretensão, mas isso foi o senhor mesmo que me ensinou...

Gosto do café amargo.
Porque esse é o gosto do café.
E, por isso gosto dele: Pelo jeito que ele tem.
Cada coisa tem seu jeito.
O jeito de cada coisa.
E, tem-se que gostar de cada coisa,
Por ela ser essa coisa e não outra ou coisa nenhuma.
Nunca reduzi as coisas a açúcar.
Nunca me agradou a idéia de tudo ser uma coisa só.
E, ao tomar meu café, amargo. Penso:
Que bom que não existe açúcar pra pessoas...

Ao meu Mestre, com todo o amor. Bacelar

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sorria, hoje é o Dia Nacional do Chorinho.


No dia 23/04, comemora-se o Dia Nacional do Chorinho, o mais brasileiro de todos os ritmos que tem no Mestre Pixinguinha o seu maio ícone. Acompanhe esse vídeo que mostra todo o talento e devoção com que esse gênio da música brasileira executava suas canções.
A indicação do dia 23 de abril deve-se ao fato de ser a data de nascimento do mais ilustre representante do chorinho brasileiro o nosso Pixinguinha, que estaria completantado em 2009, 102 anos de nascimento, sendo esta portanto uma forma de comemorarmos com chave de ouro o aniversário do grande mestre.
Alfredo da Rocha Vianna, flautista, saxofonista, compositor, cantor, arranjador e regente, nasceu no dia 23/4/1897, Rio de Janeiro, RJ, e morreu no dia 17/2/1973 na mesma cidade.
Há uma controvérsia em torno de seu verdadeiro nome. Na certidão de batismo, consta apenas o nome de Alfredo. Já na certidão de nascimento, consta o mesmo nome de seu pai, Alfredo da Rocha Vianna. De acordo com o livro Filho de Ogum Bexiguento, "alguns documentos particulares (recibos, carteirinhas de clube, jornais) registram-no como Alfredo da Rocha Vianna Filho. Já a certidão de óbito, além de diversos jornais, falam de Alfredo da Rocha Vianna Júnior." Mas ao que parece, Pixinguinha não se importava muito com isso. Uma outra controvérsia se deu por volta de seu septuagésimo aniversário, quando seu amigo Jacob do Bandolim lhe contou que obtivera na Igreja de Santana a certidão de batismo do compositor, que indicava a data correta de seu nascimento: 23 de abril de 1897, ou seja, um ano antes da data que Pixinguinha pensava ter nascido: 23 de abril de 1898. Quando este soube do fato, pediu a Jacob que não comentasse com ninguém, porque seria frustrante para muita gente saber que todas aquelas comemorações (das quais participaram célebres políticos e alguns dos maiores nomes da MPB) não tinham razão de ser, uma vez que o 70º aniversário ocorrera um ano antes. Pixinguinha detestava confusão".

"Vida Eterna ao chorinho: Poesia cantada em verde e amarelo "

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Assistam com atenção

Devaneios...

"O poeta escreve certo entrelinhas tortas..."

terça-feira, 21 de abril de 2009

O vento sempre está a favor de quem sabe mudar a direção.

“Esse menino não pára de inventar arte”, “ Ele tem um sério problema de audição: Só ouve o que lhe interessa”...

Assim dizia a minha avó quando ela achava que adiantava dizer alguma coisa. Ela continua dizendo, mas como não tem esperanças de ser ouvida, isso faz de mim um excelente ouvinte. Devemos prestar atenção nas pessoas e nunca dar-lhes atenção. Como podemos dar a alguém aquilo de que tanto precisamos? Devemos escolher nosso caminho com paciência e naturalidade. Isso implica achar natural o voltar atrás e escolher um outro caminhar. Se há mais de uma trilha significa que alguém já se arriscou antes pela alternativa. Podemos fazer o mesmo, criar a nossa própria ou, ainda, ir alternando...

Nunca aceitei a idéia de ser uma coisa só. Tudo é muito pra ser tão pouco. Temos que escolher a profissão certa pro resto de nossas vidas e, não nos resta escolha a não ser escolher e rápido. Temos mil possibilidades e somos tão miúdos perto da gente mesmo. Uma reta é a menor distância que nos liga a um erro. Não temos asas porque podemos criá-las. O rio acerta sempre seu caminho porque não tem nenhum pudor em curvar-se perante as insinuações com que se depara, muito menos de levar consigo tudo aquilo que pode ser levado. O rio sabe onde vai e por isso não se assusta com as quedas d’águas. Já viu um rio triste por não ser perene? Ou uma nascente frustrada por não ser foz?

A gente segue, em frente, seguindo pegadas, acreditando que insistindo no caminho errado ele se tornará correto; perseguindo o determinado acreditando que, um dia, se consiga acertá-lo em cheio e vencê-lo pelo cansaço; criando raízes em solo infértil e deixando nossos cactos pelo chão. Esquecemos que se na chegada tem uma parada, podemos a qualquer momento chegar e escolher outra jornada. Os incomodados que emudeçam e deixem que mudo eu.
A melhor maneira de se calcular o percurso é não esperar a chegada do resultado. Deixar que o mundo gire e se encarregue de ser mundo. Deixar que aconteça a vida e vivê-la, se respeitando e tendo boa vontade própria, sabendo que somos um, que o tempo passa e, logo, temos que ser um a cada tempo. Entender que ser o mesmo é ser diversos e que especializar-se nas generalidades é natural do gênero humano.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Mesmice e redundança

Esse texto foi produzido por Josenilson, Lord Biscoito, irmão que fiz na faculdade de Engenharia. Tão irmão que permitiu que eu destilasse um pouco de minha irônia em seu texto, eu "detextaria" que alguém fizesse isso com um texto meu. Rs...Valeu pela colaboração, meu velho. Estamos precisando tomar aquela mesma bebida e gelada do mesmo jeito como sempre...Rs. Mais uma vez, obrigado pelo apoio!

Despertador tocando, são cinco horas da manhã. É hora de levantar e começar a rotina. Isso se repete todos os dias. Será mais um dia de trabalho e estudos. Vou pegar o ônibus e encontro os mesmos amigos que pegam o mesmo ônibus todos os dias no mesmo horário. A mesma dança de passos marcados. Entro no ônibus que segue a mesma rota todos os dias. Do nada um diz: “o sistema é bruto”, o outro concorda. Mudou o rumo da prosa, agora é sobre futebol, depois sobre violência ou qualquer outro tema previsível. Sempre a mesma conversa paralela que, por ser paralela, nunca me toca. Meu despertador desperta bem mais a minha atenção. Às vezes não concordo com algumas coisas, outras tantas com nada, mas prefiro ficar calado, afinal, quando um não quer dois não falam besteira. Por que tudo se repete todos os dias? Durante o dia de trabalho, problemas e mais problemas para resolver. Por que os problemas não são os mesmos? Pelo menos os meus não são, senão eu teria logo a solução: A mesma solução de sempre. Quem quer mudanças? Quem quer mudar? Quem consegue esperar? Quem agüenta esperar? Pra começar, não quero mais do mesmo, quero mais do novo. Estou cansado de sempre correr atrás das coisas, agora quero correr ao lado delas. Como sempre, só eu pareço pensar assim...

A vida é um poema comprido e de métrica complicada, quase nunca rima, mas, diferente dos textos, é cheia de pontos finais.É preciso estar atento sobre nosso papel nisso tudo. É triste que se perca tanto tempo querendo obter resultados diferentes somando parcelas iguais. " A repetição leva a excelência", mas ao repetir sem pensar corremos o risco de não pensar com perfeição. Se a vida é um poema, prefiro ser como sempre fui: Eu diversos!

sábado, 18 de abril de 2009

Chegar ao ponto de corrida

“Lá é maravilhoso, para passar uns dias, mas não sei como alguém pode suportar viver, ali, naquela mesmice” Ouvi essa frase, dita cheia de segurança e pronta pra convencer o mundo, na fila do caixa eletrônico, de um homem que aparentava uns 40 anos e conversava com outro que espelho parecia. É incrível como a polêmica anda solta pelo mundo esperando por alguém que a perceba, para isso, ela pega até fila de caixas eletrônicos. Na fila, Ambos os homens estavam a minha frente e a polêmica estava ao meu lado. Eu acabava de sacar tudo...
Como um lugar maravilhoso pode ser maravilhoso por apenas uns dias? Pensei: O que faz do paraíso um inferno em tão pouco tempo? Será a “mesmice” do paraíso ou o inferno inquietante que arde dentro da gente? E como alguém pode afirmar uma coisa de forma tão categórica se o que é afirmado não passa de uma simples opinião? O que mais vemos no mundo são línguas cuspidoras de axiomas e mentes apóstolas de seus próprios postulados. Verdades absolutas que, por preguiça de pensar de quem fala e de quem ouve, parecem saltitar demente em mente.
A gente, gente das metrópoles, acha que ser feliz é ter grana, carro importado, apartamentos com vista pro mar, fazer parte e inventar eventos sociais, jantar em caros restaurantes, consumir em shoppings centers e ser chamados de doutores. Títulos, títulos... Esquecemos de pensar que, dessa forma, passamos tanto tempo correndo atrás de tudo isso que, mesmo quando as conseguimos, sequer temos tempo pra aproveitá-las. O que mais vemos são “bem sucedidos” que nunca terão dinheiro suficiente pra comprar a felicidade, que andam em carrões mas não conhecem outros caminhos pra caminhar, tem vistas maravilhosas pra admirar e enxergam menos de um palmo a frente do nariz de cera, que nunca perceberam a brisa que a brisa tem, que comem e não sentem o gosto da comida e, por isso, consomem ainda mais e mal. Isso é ser feliz? Acumular e só? Estão, esses, cada vez mais sozinhos tendo a companhia de analistas pelos consultórios à dentro.
Não se quer aqui fazer apologia à pobreza. Conforto é bom e todo mundo gosta, mas o mundo tem muito mais coisa a oferecer e se pode gostar de muito mais. Uma coisa, porém, é certa: É normal viver correndo sem parar pra poder parar um dia? Faz sentido viver se matando pra ter uma morte tranqüila? Farto, fazer do peito um trevo de frustrações e agonias ligadas por uma ponte de safena? Ter um milhão de problemas por procurar a“ tal” solução? Stress loucura ou não? Sim ou não? Hã?
A loucura vicia e todo vício faz mal. O sossego faz mal aos desassossegados, a simplicidade incomoda aos incomodados, o silêncio amplifica nosso pensamentos e como pensamos besteira o silêncio é mal, gente que pisa o chão descalço é triste aos olhos de quem pisa em toda gente, o pôr do sol é sem graça pra quem não tem a menor graça e a lua cheia em noite escura não é nada demais pra quem tudo já é escuridão, obscuridade.
Correr... Correr... Correr... Consumir... Consumir... Sumir... Se não estivermos atentos passamos de transeuntes a trânsito com toda a velocidade. Precisamos estar atentos pra não sermos pegos de surpresa perseguindo o ponto de partida, pra não nos fazermos estranhos a nós mesmo, pra não pensarmos como se não pudéssemos pensar, pra não pegarmos fila e filássemos a vida por muito pouco a troco de nada...
Que demora desse tio em sacar a $$##@%#%%$ desse dinheiro e, ainda por cima, trás mil contas pra pagar no caixa eletrônico...Arg!!!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Primeiro os primórdios

Esse foi um dos primeiros textos que escrevi e, acredite, isso faz tempo. Vasculhando a gaveta encontrei uma lauda amarelada, talvez por vergonha de ter-se escondido por tanto tempo. A qualidade não é lá grandes coisas, logo, sejam complacentes com as linhas e não descarrilem a idéia. Antes, porém, deixem eu contextualizá-lo.
Vivemos num país onde temos um escândalo por dia, faltam dias pra tantos escândalos, é um atrás do outro ou na frente, sei lá... Já perdi o senso de direção e por pouco os sentidos. CPI virou parte do nosso vocabulário: Mais uma daquelas palavras que não servem pra nada. Não dá tempo nem de absorver o golpe e lá vem outro e outros... Nossa sociedade está mergulhada num intenso estado de catatonia. Ninguém vê ou ouve nada, nem mesmo aquilo o que se fala. Parece que virou moda ser resignado e aceitar de forma pacífica ou passiva tudo que aí está - tendência “ou trono/inferno” - que ser submisso é ser elegante e ficar calado é ter etiqueta. O inaceitável virou quebra-queixo: Duro, mas docinho de engolir. No Brasil quem tem boca vai a Roma, mas dá uma preguiça danada reclamar na rua do lado... E, assim, vamos subindo ladeira abaixo.
Deixemos a TV pensar por nós, assim temos mais tempo de ver TV. É assim que a TV quer te ver: Com o controle,ou a falta dele, nas mãos a escolher por qual cano quer entrar...Cano 1, 7, 11? Damos à televisão o melhor lugar da sala e permitimos que ela faça de Tiradentes um herói, de Evo Morales uma ameaça, de Lampião um desordeiro, da renúncia de Collor um impeachment e de Obama um pop star... “É sério, pô, eu ví na tv!”.
É preciso que se saiba ver as coisas por todos os ângulos, uma pirâmide vista do alto é um perfeito quadrado. O mundo é leitura. “Leia” o que se é dito e fique atento à pontuação, ao ponto de vista. Ligue a TV e assista tudo com muita atenção. Assista a canais distintos, confronte informações e mídias diferentes, mas não esqueça de, antes do ON, acender um vela à Santa Protetora dos telespectadores.
Ah, sim...O tal texto antigo, tava quase esquecendo...

MANIFESTO
Levantai-vos povo brasileiro,
Pois é chegada a hora do levante.
Nesse país onde a miséria não dá trégua,
Sejamos ponto. Sejamos Virgulino.
Nessa pátria onde não se faz luz,
Não nos acanhemos. Sejamos Lampião, ou tal como.
Não nos deixeis manipular ou esmorecer.
A justiça se faz cega porque o horizonte é negro.
Não sejamos covardes. Sejamos conselheiro.
O poder da revolta é o galope da revolução.
A vergonha é a catapulta da mudança.
Não tenhamos a cara pintada.
Estejamos limpos: mãos, corpo, alma e coração.
Não sejamos cabisbaixos. Falemos alto. Nos façamos ouvir.
Se sabemos que tudo está errado.
Por que esperar que outros venham mudar.
Onde estão os brasileiros?
Por onde se escondem, se escondem em que lugar.
Eu só acredito e tenho certeza de uma coisa:
Levantai-vos povo brasileiro.
É chegada a hora do levante!!!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pão contexto: Entre e faça parte do que parte você já é.

Achamos que interagir, conhecer pessoas e relacionar-se com elas é a forma mais eficiente de expansão de conhecimento, assim como dividir experiências é somar informações. Foi nesse intuito que resolvemos criar o Pão contexto: Criar para nós um espaço nosso. Um lugar onde possamos, juntos, expor nossa visão de mundo e, com isso, vê-lo ainda melhor e fazer das sensações alheias as nossas próprias sensações. Enfim, sermos produtores do que tanto consumimos: Cultura e informação. Pão contexto veio saciar esse desejo de “dar ouvidos ao que escrevemos” e de não sermos apenas “mais um no mundo” e sim sermos “um com mais”. Juntos somos tudo aquilo que separados só seríamos parte. Esse é o nosso lugar, puxe uma folha em branco e faça das suas reflexões a nossa imagem.

Pão contexto. Alimente-se de cultura e digerirás o mundo!